Quem nunca deu aquela viradinha no tornozelo ao realizar algum esporte ou até mesmo durante atividades do cotidiano?
O entorse de tornozelo é a lesão ortopédica mais comum dos membros inferiores e quase todos nós sofreremos um entorse na vida.
A maioria ocorre com o pé virado para dentro. Ainda bem que a maioria dos entorses são leves e são caracterizados por um pequeno inchaço na região lateral do tornozelo, dor leve e sem alterações funcionais. Alguns minutos após o ocorrido você já está conseguindo andar sem maiores problemas. Esse tipo de entorse não costuma precisar de seguimento médico prolongado.
Porém alguns podem ser graves, podendo ocorrer um inchaço mais intenso, incapacidade de apoiar o pé no chão e estalido no momento do trauma. Esses casos precisam ser avaliados por um ortopedista especialista em pé e tornozelo e será necessário realizar exames de imagem para excluir fraturas, lesões de cartilagem ou lesões ligamentares graves.
A radiografia simples é utilizada para avaliações de fraturas e a ressonância magnética para ver ligamentos e cartilagem da articulação.
Em quase 80% dos casos ocorre lesão do complexo ligamentar lateral do tornozelo. Isso ocorre devido ao fato da maioria dos entorses ocorrer com o pé em inversão (pé virado para dentro) e com rotação externa e essa posição do tornozelo durante o trauma faz com que os ligamentos sejam esticados mais do que eles suportam causando contusão, rotura parcial ou total.
Lesões dos ligamentos da parte interna do tornozelo ou dos ligamentos que unem os ossos da perna são mais raros e normalmente mais graves.
A lesão ligamentar é classificada em 3 graus:
Grau I: distensão com micro lesões nos ligamentos
Grau II: rotura parcial do ligamento
Grau III: rotura total do ligamento, instabilidade da articulação
A estabilidade da articulação do tornozelo depende de alguns fatores:
– contato e encaixe entre os ossos da perna (tíbia e fíbula) com o primeiro osso do pé (tálus)
– ligamentos
– tendões e músculos
No tornozelo a estabilidade dada pelo encaixe entre os ossos é muito significativa. Quando os ligamentos são rompidos suas bordas se mantém próximas e conseguem cicatrizar durante o processo de reabilitação. Por isso a maior parte dos entorses de tornozelo não precisa de cirurgia.